terça-feira, 25 de dezembro de 2007

LISBOA : PIZZARIA OFERECE JANTAR A " SEM ABRIGO " E IDOSOS .


MISERABILIDADE EM PORTUGAL ! QUEM O DIRIA ?


O lema "todos nós estamos a um passo de ser um sem abrigo, basta perder o salário" é utilizado por Cândida Craveiro, proprietária de uma pizaria em Lisboa, para dar comida a pessoas carenciadas "financeira e emocionalmente".


Como uma das dirigentes da Nouni, Associação para a Cooperação e Desenvolvimento, é a anfitriã, entre as 16:00 e as 20:00 horas de hoje, de uma ceia de Natal diferente para os sem-abrigo e os idosos de Lisboa, que inclui um quase tradicional bacalhau com natas e uns mais inovadores piza, leitão e frango assado.
Diariamente a pizaria costuma disponibilizar entre 20 a 40 pizas para sem-abrigo, mas, nesta quadra, Cândida Craveiro já ofereceu duas mil pizas a várias paróquias e associações de solidariedade..
Hoje conta encher a sua pizaria, localizada no centro comercial Via Veneto, na zona do Campo Pequeno, em lisboa, com cem pessoas sentadas de cada vez "e mais as que aparecerem para comerem em pé"."Queríamos um local maior, mas não conseguimos apoios das entidades oficiais, nem de outros restaurantes. Mas eu não sou de virar a cara a ninguém que precise", garantiu num tom determinado que também segue o lema "faz bem e não olhes a quem".
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O Natal celebrado completamente em família de Cândida Craveiro vai ter de esperar mais umas horas, mas a empresária já sorri ao comentar que está acompanhada pelo marido e pala filha na organização desta ceia.Virgílio é um dos sem-abrigo que participa na ceia e que refere que as iniciativas de solidariedade natalícia sempre vão ajudando quem vive na rua."Mas só se lembram agora", lamenta, por seu lado, um sem-abrigo sentado na mesma mesa, observando que nesta quadra a vida na rua torna-se ainda mais dura devido às memórias da família..
Os vícios da droga e do álcool atiraram Virgílio para a rua que agora só quer "arranjar um quartinho para se orientar e arranjar um trabalho"."Sítio para trabalhar arranjo sempre, mas nunca tenho onde ficar", conta à Lusa, admitindo que quando os olhos dos outros o observam como `morador` de rua acaba sempre por tapar a cabeça."E se passa alguém conhecido... Tenho vergonha, mas todos os dias vou tomar banho a uma associação. No Inverno tudo é muito mais difícil e também no Natal", disse.
PL/RTP/LUSA


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