quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

BENAZIR BHUTTO MORRE EM ATENTADO NO PAQUISTÃO .


Amir Mir Lahore (Paquistão), 27 dez (EFE).- A principal líder da oposição no Paquistão, Benazir Bhutto, morreu hoje em um atentado ao fim de um comício pré-eleitoral na cidade de Rawalpindi, cidade vizinha à Islamabad, que matou também pelo menos outras 20 pessoas.
A ex-primeira-ministra Bhutto morreu às 18h16 (11h16 de Brasília) no Hospital Geral de Rawalpindi
, para onde foi levada após o atentado.


A líder do Partido Popular do Paquistão (PPP) estava em campanha para as eleições legislativas paquistanesas em 8 de janeiro e havia retornado há apenas 71 dias ao Paquistão.
Ela já havia saído ilesa de um primeiro atentado no dia em que voltou de seus oito anos de exílio.
O inspetor geral da Polícia paquistanesa, Syed Marwat Ali Shah, informou à imprensa que Bhutto deixava o parque Liaqat, onde fez um discurso, quando foi baleada pela mesma pessoa que, pouco depois, detonou os explosivos que carregava.
Segundo a fonte, pelo menos outras 20 pessoas morreram e 43 ficaram feridas pela explosão.
O conselheiro de segurança de Bhutto, Rehman Malik, disse que a ex-primeira-ministra cumprimentava seus seguidores através de uma abertura no teto de seu veículo blindado quando foi atingida no pescoço e na cabeça.
Malik disse que Bhutto caiu logo após os disparos, que foram seguidos pela explosão do terrorista suicida - o mesmo que atirou nela.
No entanto, o marido de Bhutto, Asif Ali Zardari, disse a uma emissora de televisão paquistanesa que sua esposa foi atingida por tiros no pescoço depois da explosão, e não antes.
Zardari anunciou hoje que viajará de Dubai para o Paquistão junto com outros familiares para o enterro de sua esposa.
Segundo o porta-voz do Ministério do Interior paquistanês, Javed Iqbal Cheema, a secretária de informação do PPP, Sherry Rehman, também ficou gravemente ferida no atentado.
De acordo com o porta-voz, a explosão causou grandes danos ao veículo de Bhutto, mostrado em chamas em imagens de televisão.
A líder opositora sofreu um primeiro atentado no dia 18 de outubro deste ano, poucas horas depois de aterrissar no aeroporto de Karachi (sul) após oito anos de exílio, também no momento em que passava dentro de um veículo.
Naquela ocasião, Bhutto acabava de entrar no veículo após ter estado em cima dele cumprimentando centenas de milhares de partidários que foram recebê-la.
Um total de 147 pessoas morreu nesse atentado, no qual 500 ficaram feridas.
O ataque de hoje contra Bhutto ocorreu depois de um tiroteio registrado horas antes em uma concentração de partidários do outro líder da oposição paquistanesa, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, também em Rawalpindi.
Três ativistas da Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N) de Sharif morreram e sete ficaram feridos quando um grupo de homens abriu fogo com fuzis AK-47 sobre a multidão que esperava Sharif, o qual ainda estava a vários quilômetros do local do ocorrido.
Várias testemunhas declararam ao canal "Dawn TV" que os autores do tiroteio eram membros do partido governamental, a Liga Muçulmana do Paquistão-Q, que disputa os votos de centro-direita com a legenda de Sharif.
O ex-primeiro-ministro, que foi ao hospital para o qual Bhutto foi levada, chamou seu assassinato de "momento mais trágico da história do Paquistão" e responsabilizou o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, pelo ocorrido por não ter oferecido à opositora suficientes medidas de segurança.
Sharif anunciou a suspensão de sua campanha para o pleito de janeiro.
Musharraf convocou uma reunião de emergência de alto nível para analisar a situação, na qual esteve presente o primeiro-ministro interino, Mohammadmian Soomro, e declarou três dias de luto oficial.
Enquanto as forças de segurança eram postas em estado de alerta, lojas e postos de gasolina fechavam em várias cidades do país e indignados seguidores de Bhutto pretendiam realizar atos violentos.
Em uma breve mensagem transmitida pela televisão após a reunião de emergência, Musharraf disse que a morte de Bhutto é uma "grande tragédia nacional" e expressou suas condolências às famílias das vítimas do atentado.
O presidente pediu ao Paquistão para "não descansar em paz" até que "toda esta violência" termine.
Musharraf pediu coragem a seus cidadãos para enfrentar a situação, mas não fez menção alguma às eleições de janeiro as quais, segundo Sharif, "carecem de significado" após a morte de Bhutto.
A líder do PPP e duas vezes primeira-ministra do Paquistão será enterrada amanhã na cidade de Larkana, na província de Sindh (sudeste), no mesmo cemitério onde seu pai, o também ex-primeiro-ministro paquistanês Zulfikar Ali Bhutto, está sepultado. EFE am-ja bba/ma TRI:JUSTICA-POLICIAIS,TERRORISMO TRI:JUSTICA-POLICIAIS,INTERIOR.




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