A anunciada presença de Robert Mugabe em Lisboa para a Cimeira UE/África está a pôr o Governo português com os cabelos em pé. Será por o presidente do Zimbabué ser um ditador? Não. Se fosse por isso os governantes lusos já estariam carecas, tantos são os ditadores que por aí vão estar.
O problema de José Sócrates é que ao ser a principal figura em cena, Mugabe ofusca, ou até anula, a estratégia de Lisboa transformar um outro ditador, José Eduardo dos Santos, na estrela da companhia.
De facto, tudo estava (e ainda está) preparado para que o presidente de Angola fosse o protagonista de mais uma cimeira que culminaria com mais um “conseguimos, pá!” do primeiro-ministro português para o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, também ele velho e querido amigo da família Eduardo dos Santos.
Aliás, a cereja no cimo do bolo seria, ao que tudo indica, o anúncio que o ditador angolano trará engatilhado para, em Lisboa, anunciar a data exacta das eleições em Angola.
Mas, se Eduardo dos Santos não for cabeça de cartaz, lá se vai grande parte do impacto mediático previsto e estudado pela dupla Sócrates/Barroso.
Não admira por isso que, tanto por parte da Europa como de África (com Angola à cabeça) ainda continue a luta para que Mugabe tenha uma indisposição de última hora que o impeça de rumar à capital das ocidentais praias lusitanas.
posted by Orlando Castro @ 12:36
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