Muitos brasileiros afirmam que viver em Portugal representa a entrada num "palco iluminado de ilusões", que facilmente se apagam com as "agruras" do trabalho ilegal, condições "deploráveis" de sobrevivência e medo da deportação, segundo um livro a lançar hoje.
No livro "Imigração Brasileira em Portugal: Identidade e Perspectiva", a investigadora brasileira Benalva da Silva Vitória refere que os brasileiros imigram para Portugal com "a esperança de melhorar de vida" e em busca do "El dourado", mas "rapidamente descobrem que a tarefa é difícil".A autora, que realizou entrevistas junto de imigrantes brasileiros, disse à Agência Lusa que muitos "partem sem conhecer" as regras da imigração em Portugal e cheios de esperança de "ganhar dinheiro, pagar as dívidas contraídas no Brasil e voltar para casa com o futuro garantido".Mas, adiantou a investigadora, o sonho nem sempre se concretiza e têm que enfrentar trabalho ilegal, condições "deploráveis de sobrevivência" e correr o risco de deportação por falta de documentos."Muitos revelam fazer sacrifícios, sobrevivendo com os euros que sobram, depois da remessa sagrada para manter a família no Brasil", escreve Benalva Vitória no livro..
A autora destacou que os cerca de 600 euros que o brasileiro ganha "mal dá para sobreviver em Portugal e ainda por cima tem que enviar dinheiro para sustentar a família".Se viver em Portugal "não é fácil", a tarefa torna-se ainda mais difícil se se tratar de uma mulher brasileira.Benalva Vitória sublinhou que existe um estereotipo ligado à mulher brasileira, vista em Portugal como "sensual, fácil e que se submete a qualquer tipo de trabalho"."Muitas vão para o alterne porque são iludidas no Brasil e não têm mais nenhuma alternativa", disse, acrescentando que outra das dificuldades para a adaptação a Portugal é a "baixa escolaridade" e a "falta de qualificação profissional".Apesar dos obstáculos, muitos dos brasileiros entrevistados pela investigadora afirmam que tiveram "a coragem de ficar", o que significa, segundo a autora, que quando imigram "precisam de vencer, demonstrar a vitória ou mascarrando a derrota para aqueles que ficaram na terra de origem"...
Benalva Vitória adiantou que os brasileiros, muitas vezes, não relatam os problemas à família e amigos que vivem no Brasil, o que "alimenta esperanças" e faz com outros continuem a imigrar para Portugal.No livro, a autora destaca ainda a transformação cultural de imigrante brasileiro, que adquire a consciência "de que aprende com o outro, de que se transforma em outro sujeito"."Penso mais como europeu do que como brasileiro. Aprendi a ser mais fechada, bruta e triste como eles (os portugueses). Já não sou tão dada", diz uma das entrevistadas.O livro é o resultado da tese de pós-doutoramento apresentado por Benalva Vitória no Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de Coimbra e que é hoje lançado na Casa do Brasil, em Lisboa.
LUSA/RTP - título PU.
A autora destacou que os cerca de 600 euros que o brasileiro ganha "mal dá para sobreviver em Portugal e ainda por cima tem que enviar dinheiro para sustentar a família".Se viver em Portugal "não é fácil", a tarefa torna-se ainda mais difícil se se tratar de uma mulher brasileira.Benalva Vitória sublinhou que existe um estereotipo ligado à mulher brasileira, vista em Portugal como "sensual, fácil e que se submete a qualquer tipo de trabalho"."Muitas vão para o alterne porque são iludidas no Brasil e não têm mais nenhuma alternativa", disse, acrescentando que outra das dificuldades para a adaptação a Portugal é a "baixa escolaridade" e a "falta de qualificação profissional".Apesar dos obstáculos, muitos dos brasileiros entrevistados pela investigadora afirmam que tiveram "a coragem de ficar", o que significa, segundo a autora, que quando imigram "precisam de vencer, demonstrar a vitória ou mascarrando a derrota para aqueles que ficaram na terra de origem"...
Benalva Vitória adiantou que os brasileiros, muitas vezes, não relatam os problemas à família e amigos que vivem no Brasil, o que "alimenta esperanças" e faz com outros continuem a imigrar para Portugal.No livro, a autora destaca ainda a transformação cultural de imigrante brasileiro, que adquire a consciência "de que aprende com o outro, de que se transforma em outro sujeito"."Penso mais como europeu do que como brasileiro. Aprendi a ser mais fechada, bruta e triste como eles (os portugueses). Já não sou tão dada", diz uma das entrevistadas.O livro é o resultado da tese de pós-doutoramento apresentado por Benalva Vitória no Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de Coimbra e que é hoje lançado na Casa do Brasil, em Lisboa.
LUSA/RTP - título PU.
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