quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

GUERRA MORTÍFERA .


TRINTA E UM JORNALISTAS FORAM MORTOS NO IRAQUE NO DECORRER DE 2007.


Só em 2007 foram mortos 64 jornalistas, o valor mais elevado dos últimos 13 anos. É a conclusão do relatório do Comité de Protecção dos Jornalistas (CPJ), publicado ontem em Nova Iorque. E o Iraque lidera, pelo quinto ano consecutivo, a lista dos países com mais mortes.
Desde 2003, contam-se 124 jornalistas mortos. Bombistas suicidas, homens armados e actividade militar dos EUA foram as causas, de acordo com o relatório, da morte de 31 jornalistas em 2007. Apenas um não era iraquiano e nove trabalhavam para meios de comunicação internacionais. Como Salih Saif Aldin, jornalista do Washington Post, que morreu em Bagdad alvejado na cabeça.
"A violência no Iraque faz sombra ao ambiente cada vez mais deteriorado para os media na Somália", disse o director do CPJ, Joel Simon, sobre o país africano que surge em segundo lugar, com sete jornalistas mortos.

Já no Paquistão e no Sri Lanka morreram cinco jornalistas. Muhammad Arif, da televisão ARY One World, foi uma das 139 vítimas das explosões ocorridas durante a recepção à primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto. Na Birmânia, ficou conhecido o caso do fotógrafo japonês Kenji Nagai, morto durante as manifestações dos monges budistas em Rangum.
Na América Central e Latina, as mortes devem-se sobretudo às ligações entre traficantes de droga, polícia e forças governamentais. No México, três jornalistas estão desaparecidos e no Peru um comentador de rádio, Miguel Pérez, foi morto à porta de casa. Há boas notícias: a Colômbia destaca-se por, pela primeira vez em 15 anos, não ter sido morto nenhum jornalista. Assim como as Filipinas, que é considerado um dos países onde morrem mais jornalistas.
O relatório disponibiliza as listas dos jornalistas mortos em trabalho, destacando as causas confirmadas. O estudo aponta para que sete em cada dez jornalistas da lista tenham sido assassinados, situação agravada perante a impunidade destes crimes."Homicídios sem resolução espalham o medo e a autocensura, incapacitando o trabalho dos media", alerta Joel Simon, num comunicado ontem divulgado.


Raquel Albuquerque/Público


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