NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Se o Conselho de Segurança da ONU não fizer nada para impedir a secessão de Kosovo, estará dizendo ao mundo que nenhum país tem sua soberania e suas fronteiras asseguradas, disse na segunda-feira o presidente da Sérvia, Boris Tadic.
Falando numa reunião do Conselho de Segurança depois que os Estados Unidos e vários países europeus reconheceram a independência da ex-província sérvia, Tadic reiterou que Belgrado vê a secessão como uma violação do direito internacional."Se os senhores fizerem vista grossa a este ato ilegal, quem lhes garante que partes dos seus países não vão declarar independência da mesma forma ilegal", disse ele aos 15 países do Conselho."Quem pode garantir que a vista grossa não será feita para a violação da Carta das Nações Unidas, que garante a soberania e a integridade de cada Estado, quando chegar a vez do seu país?"A Rússia, aliada da Sérvia com poder de veto no Conselho, também defende que a ONU impeça a independência de Kosovo. Mas Tadic reafirmou que a Sérvia não usará a força para impedir a secessão."Como membro responsável da comunidade internacional, comprometido com a resolução pacífica de disputas, a República da Sérvia não vai usar a força", afirmou.No domingo, uma sessão de emergência do Conselho de Segurança convocada pela Rússia foi incapaz de resolver as diferenças entre Moscou e as potências ocidentais, para as quais a independência é a única opção viável.Quatro meses de negociações entre sérvios e kosovares terminaram sem acordo em dezembro de 2007, mas Rússia e Sérvia continuam exigindo uma nova rodada de diálogo.Os Estados Unidos e a maioria dos países da União Européia alegam que a brutal repressão à maioria albanesa de Kosovo, promovido pelo falecido presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, leva à conclusão de que a província nunca mais poderia ser dominada por Belgrado.Kosovo está sob administração internacional desde o bombardeio da Otan contra a Sérvia, em 1999, que levou à retirada das forças de Milosevic da província e ao fim da limpeza étnica eslava contra os albaneses.Tadic qualificou esse argumento como absurdo. "Hoje é fevereiro de 2008, Slobodan Milosevic não está mais aí, e em 1999, quando ele estava no poder na Sérvia, Kosovo não recebeu a independência", disse ele. "Os albaneses trabalharam ativamente pela secessão durante décadas, mesmo antes de Milosevic."O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse ao Conselho que a missão da ONU em Kosovo, chamada Unmik, vai permanecer por lá.
REUTERS ES
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