Fábio Luiz Lula da Silva, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Marisa Letícia está entre os integrantes da comitiva que desembarca hoje em Punta Arenas - a cidade mais ao sul do Chile - e segue, amanhã, para conhecer a base brasileira na Antártida.
Fábio Luiz, o Lulinha, é biólogo e sócio da Gamecorp, empresa que ficou famosa com o aporte inicial de R$ 5 milhões do Grupo Telemar, operadora de telefonia que tem o BNDES na sociedade e funciona sob concessão pública. A Gamecorp tem um site de games e produz programas de TV e conteúdo para celulares, como ringtones. No total, 23 pessoas integram a comitiva de Lula. A primeira-dama e os ministros da Defesa, Nelson Jobim, da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e da Comunicação Social, Franklin Martins, também acompanharão o presidente. Lula será o segundo presidente a visitar a estação brasileira. O ex-presidente Fernando Collor visitou a região em 1991. Itamar Franco esteve na base, mas como vice-presidente. Lula encontrará uma base que está em pleno processo de modernização e ocupa 2.500 metros quadrados do continente antártico.Permanecerá ali por pelo menos seis horas, podendo a visita oficial se estender por até oito horas. Lula não está livre, no entanto, de enfrentar problemas como os dos parlamentares que acabaram obrigados a ficar seis noites na estação, e não apenas uma como estava previsto, porque não havia teto para decolar. "Na Antártida, a meteorologia é a mestra das ações. Não adianta querer fazer", disse o encarregado da divisão de operações do programa antártico brasileiro, capitão-de-fragata da Marinha Eron Pessanha.Para os militares e pesquisadores que trabalham no Projeto Antártico, a presença de Lula na base brasileira tem "enorme significância". Segundo o comandante Eron Pessanha, a ida do presidente à estação "reflete um comprometimento governamental com a comunidade científica brasileira e internacional e mostra ao mundo a preocupação do Brasil com a região". Ele lembrou que o Brasil participa de nove projetos científicos no programa do ano polar internacional. No total, 19 pesquisas estão sendo desenvolvidas na Estação Antártida Comandante Ferraz. Uma delas é sobre o aumento da camada de ozônio na atmosfera, provocada pela emissão de gás carbônico, além da absorção deste gás pelos oceanos e a influência disso na redução de moluscos microscópicos que vivem nos mares e que são a base de alimentação das baleias, pingüins e focas. A química Rosane Gonçalves Ito, da Universidade de São Paulo (USP), que participa desse estudo, diz que "é visível" a mudança visual da região. Rosane, que integra o projeto SOS Climate, e desenvolve trabalhos na Antártida há 20 anos, disse ao Estado que de 1988, quando esteve lá pela primeira vez, para cá, a paisagem "já mudou muito" e o degelo pode ser observado. Ela lembra que a Antártida, por ser uma grande reserva de água doce, é sensível à mudança da temperatura, e é possível notar a diferença a olho nu.
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