segunda-feira, 15 de outubro de 2007

ARMADA AMERICANA VAI PATRULHAR ÁGUAS AFRICANAS


Os comandantes da VI Esquadra norte-americana, vice-almirante John Stufflebeem, e da Área Atlântica da Guarda Costeira, vice-almirante Brian Peterman, encontram-se actualmente de visita a seis países da África Ocidental, a fim de garantirem os interesses estratégicos de Washington.

Em Dacar, capital do Senegal, ponto de grande interesse para o comércio entre as duas margens do Atlântico, Stufflebeem confirmou ontem à Reuters que os Estados Unidos se encontram interessados na região “sob uma perspectiva de segurança”, nomeadamente tendo em conta todo o petróleo que possam obter da Nigéria, da Guiné Equatorial e da Guiné.

À frente de uma missão conjunta da Armada e da Guarda Costeira, os dois vice-almirantes começaram na Mauritânia e no Senegal uma viagem estratégica que os levará de seguida ao Benim, ao Togo, São Tomé e Príncipe e ao Gabão. Para confirmarem que a América pretende fortalecer a sua presença naval ao longo da África Ocidental, de modo a combater o terrorismo, a emigração ilegal, o tráfico de drogas (bem patente em países como a Guiné-Bissau) e a escassez de petróleo.

Todo o Golfo da Guiné, desde as águas nigerianas às angolanas, é considerado de primordial importância para que o mercado norte-americano não fique tão dependente dos recursos energéticos do Médio Oriente. Só Angola tem reservas petrolíferas calculadas em perto de 10.000 milhões de barris e de gás natural avaliadas em quase 80.000 milhões de metros cúbicos. E as da Nigéria, o mais populoso dos países africanos, ainda são superiores.

Por isso mesmo é que em Outubro deste ano os Estados Unidos vão lançar um Comando África, a funcionar provisoriamente na Alemanha e que em 2008 deverá transitar para o continente alvo de todo este interesse. A localização do quartel-general tem vindo a ser debatida pela Pentágono com os dirigentes de países tais como o Senegal e a Nigéria, entre outros.Uma das estações de radar que Washington decidiu instalar em solo africano está a ser construída em São Tomé e Príncipe, arquipélago de considerável valor estratégico e em relação ao qual os Estados Unidos têm vindo a revelar um interesse crescente...


Jorge Heitor/Público


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