ORLANDO, Estados Unidos (Reuters) - Cinco membros da seleção cubana de futebol sub-23 que desertaram nos Estados Unidos durante o torneio pré-olímpico estão fazendo testes no Miami F.C. e podem ter a chance de firmar um contrato profissional, informou o clube nesta quinta feira.
Os jogadores cubanos desertaram da delegação na terça-feira à noite, pouco depois do empate em 1 x 1 contra os EUA pelo torneio pré-olímpico da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), que classifica duas seleções para os Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto.
Os cinco desertores são o goleiro José Manuel Miranda, os defensores Erlys García, Yenier Bermúdez (capitão da equipe) e Loanni Cartaya, e o meio campista Yordany Alvarez.
Os jogadores começaram a treinar com o Miami F.C., clube que disputa a United Soccer Leagues, uma categoria abaixo da Major League Soccer, primeira divisão do campeonato norte-americano.
"Ficarão treinando conosco por este fim de semana até o começo da semana que vem", declarou Marcos Ommatti, porta-voz do Miami F.C.
Os atletas foram observados na terça-feira pelo gerente geral do clube, Luis Muzzi.
"Os cubanos jogaram realmente bem. Nós iremos lhes oferecer a possibilidade de um teste. Se mostrarem que são bons, talvez recebam ofertas de contratos", afirmou Ommatti.
Cuba busca sua primeira classificação olímpica de futebol desde os Jogos de Moscou em 1980 e deve jogar na quinta-feira a sua segunda partida pelo torneio, contra Honduras, em Tampa, na Flórida.
A Concacaf deve agora determinar se Cuba pode continuar participando do torneio com somente 13 jogadores, ao invés de 18. O treinador cubano, Raúl Gonzalez, conta somente com 12 jogadores para a partida contra Honduras, pois o atacante Roberto Linares está suspenso por ter recebido um cartão vermelho.
CUBA FALA DE "COVARDIA"
"Esta atitude dispensa comentários. É uma grande irresponsabilidade e um ato de covardia dos cinco jogadores", disse à Reuters o diretor da Associação de Futebol de Cuba, Antônio Garcés, na quinta-feira.
"Eles não têm moral nem ética nem nada. Não deram as caras para seguir no torneio", afirmou o diretor nas primeiras declarações oficiais sobre o tema na ilha.
Meios de comunicação internacionais informaram nesta quinta-feira que outros dois jogadores da seleção cubana haviam desertado na Flórida.
"Não temos confirmação", afirmou Garcés em relação às supostas deserções.
"Luis (Hernández) não nos informou mais nada", disse o diretor, referindo-se ao presidente da Associação de Futebol Cubana, que chefia a delegação.
As deserções são consideradas o calcanhar de Aquiles do esporte cubano. Nos últimos tempos, atletas de diversas modalidades como o voleibol e o boxe, além de bailarinos, músicos e artistas, têm desertado.
Cuba já garantiu a classificação de 116 atletas de 14 modalidades para os jogos de Pequim.
(Reportagem de Simon Evans e Nelson Acosta)
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