quinta-feira, 8 de maio de 2008

BRASIL - Lula diz que Dilma foi 'motivo de orgulho' na sabatina.


BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, por seu depoimento, na última quarta-feira, 7, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. "Você foi motivo de orgulho para quem participa do governo". Lula também fez questão de ressaltar o "comportamento democrático" do Senado. "Eles fizeram as perguntas que tinham que fazer. Acho que as pessoas foram civilizadas. Muitas vezes, quem está assistindo não gosta. Mas o que é a democracia senão esse exercício constante e diário de debates e discussões". Lula fez as afirmações durante o lançamento do Plano Amazônia Sustentável, no Palácio do Planalto.

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O balanço do PAC

Para o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), o depoimento da ministra foi satisfatório e colocou fim à CPI dos Cartões. A oposição não conseguiu provar que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é só uma peça de propaganda e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, desinflou a crise do dossiê das contas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Durante seu depoimento na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, ontem, Dilma nem precisou da blindagem que a bancada governista montou para protegê-la dos possíveis ataques da oposição.

A oposição também não conseguiu explorar as versões contraditórias do Palácio do Planalto sobre o dossiê e ouviu sem réplicas contundentes as explicações sobre o PAC. Por conta disso, o desempenho de Dilma foi comemorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma pergunta do senador Agripino Maia (DEM-RN), logo no início da sessão, facilitou tudo para a ministra (leia mais nesta página). Agripino disse que Dilma mentiu, sob tortura, durante o regime militar, e poderia, por isso, estar mentindo agora sobre o dossiê. O senador provocou reações até fora do Congresso. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acusou Agripino de fazer uma "insinuação infeliz". Em nota oficial, o presidente da entidade, César Britto, disse: "Na ditadura, a mentira era um direito de resistência inerente a todo cidadão, que não pode ser obrigado a se auto-acusar, ainda mais quando ameaçado de tortura ou de morte".
No Planalto, com duas horas de depoimento, os assessores mais próximos do presidente já avaliavam que Dilma ganhara "o primeiro round". "Ela saiu dessa sessão maior do que entrou", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). No fim, foi ainda mais enfático : "A oposição sai daqui com uma dor de cabeça, um candidato governista a mais para 2010".
"Batendo nela, a oposição fez a ministra passar de 2% para 8% nas pesquisas para presidente. Depois dessa sessão, deve ter pulado para uns 12%. Já deve ter passado o Aécio Neves", ironizou o senador Renato Casagrande (PSB-ES), vice-líder do bloco de apoio ao governo.
Dilma vinha resistindo a comparecer ao Congresso para explicar a montagem do dossiê por conta do desgaste que o assunto produzia na sua imagem pública. Principal pré-candidata do governo à sucessão de Lula, Dilma temia que a exposição às críticas da oposição tirasse seu nome da corrida presidencial.
O bom desempenho na audiência, entretanto, fortaleceu a ministra, como avaliavam abertamente seus aliados. "Ela acertou em tudo, até na cor", comentou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), ao chamar a atenção para o terninho verde que a ministra havia escolhido
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