DESCOLONIZAÇÃO EXEMPLAR A QUE REALIZOU O EXÉRCITO PORTUGUÊS em 1975. ANGOLA,MOÇAMBIQUE E GUINÉ VIRAM O "GLORIOSO EXÉRCITO PORTUGUÊS " ASSISTINDO E ATÉ PARTICIPANDO DA CARNIFICINA.
Com a devida vénia, TRANSCREVO o RELATO feito em "PORTUGAL TRAÍDO" de FERNANDO PACHECO de AMORIM.
CONTINUO INSISTINDO QUE O EXÉRCITO PORTUGUÊS DEVE PEDIDOS DE DESCULPA A PORTUGAL, PORTUGUESES E ÀS VÍTIMAS DESSA HECATOMBE.
Sábado, Julho 29, 2006
Foi com este bando de inconscientes que se pôs termo a uma obra de séculos, não isenta, como todas as obras humanas, de terríveis defeitos, mas também cheia de grandes virtudes e de grandes êxitos, saídos de sacrifícios sem conta de muitas gerações de portugueses, que se lhe dedicaram com determinação e amor. Foi esta obra que aquele “naipe” de criminosos quis destruir. Ficarão a pesar na sua memória, já que de consciência se não pode falar, os milhares de mortos que em Moçambique, na Guiné e em Angola, foram sacrificados em honra dos acordos de traição que firmaram.
Em Moçambique, o miserável comparsa de Almeida Santos, Soares de Melo, não se aguentou muito tempo como governador-geral. A deterioração rápida da situação obriga o governo de Lisboa a substituí-lo, com o pretexto de que se impõe, para a execução rápida da descolonização, a nomeação de um alto comissário que seja membro das Forças Armadas e que seja investido de poderes muito mais latos do que os de um governador-geral. Após várias hesitações, é nomeado um oficial de marinha, Vítor Crespo, inteiramente desconhecido, que de simples comandante passa a vice-almirante. É, porém, o homem com as “qualidades negativas” indispensáveis para levar por diante um plano de traição aos seus camaradas, aos seus compatriotas e à sua Pátria. No momento em que parte de Lisboa para Lourenço Marques, estala nesta cidade uma revolta da população civil, provocada pelo facto de um «jeep» militar, repleto de oficiais do MFA e de soldados, levar de rastos pelas ruas a bandeira nacional e arvorada a bandeira da Frelimo. Os revoltosos tomam a emissora oficial e o Palácio do Governo. Associam-se a esta patriótica sublevação os chefes políticos de todos os partidos e movimentos locais, todos eles contrários à entrega de Moçambique à Frelimo. Encontram-se entre eles os membros da direcção do Movimento Federalista Português de Moçambique, tendo à frente o Dr. Vasco Cardiga, figura de grande prestígio no território. Mais tarde, este facto servirá de base à falsa acusação feita ao Partido do Progresso – em que o Movimento Federalista Português entretanto se transformara – de terem sido os seus dirigentes de Lisboa e de Moçambique a provocarem a revolta. Ora a revolta foi, de facto, uma manifestação espontânea – e por isso não teve êxito – uma inequívoca demonstração de repulsa contra a entrega de Moçambique a um movimento terrorista que não tinha qualquer expressão representativa no interior do território.
E precisamente pela sua total espontaneidade, não surpreende que o MFA a tenha dominado em poucos dias. Estão gravadas as ordens dadas através da rádio pelo Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general Costa Gomes, decretando o esmagamento de tão legítima sublevação popular por meio de bombardeamentos aéreos e massacres e, se necessário, com o concurso mesmo das forças militares da OUA, para as quais chegou a apelar. A tanto desceu a aberração do traidor! Sufocada a revolta, deram entrada em prisões de toda a Província milhares de pessoas, na sua maioria membros dos movimentos políticos representativos das etnias contrárias à Frelimo e numerosas personalidades. Foi grande o número de mortos, calculando-se que tenha ultrapassado os doze mil. A imprensa de Lisboa como aliás a internacional, minimizou o grave acontecimento, classificando-o de pequeno incidente provocado “pelos fascistas”, com a intenção de “sabotarem o processo de descolonização”.
A situação, embora dominada pela força implacável das fardas de traição estacionadas no território, continuou inquietante para o governo e para os dirigentes locais do MFA. O alto-comissário – que prudentemente se quedara em Luanda até ao completo esmagamento da heróica insurreição – não se atrevia a sair do palácio senão de helicóptero e, segundo se afirma, o seu estado “normal” era a embriaguez. A ideia dos massacres que lhe foi sugerida por Costa Gomes fica gravada na memória de Crespo. As autoridades tinham perfeita consciência de que a população, branca e preta, tinha sido dominada mas não vencida. Impunha-se, assim, quebrar de uma vez para sempre a sua resistência.
Sem que nada, na aparência, o fizesse esperar, no mês de Outubro, um banho de sangue selou o pacto diabólico logo após a instalação do governo provisório da Frelimo e da entrada no território dos 6.000 guerrilheiros que o acompanharam – de resto tão transidos de medo, pela consciência de não serem nada no imenso território e na multidão das cidades, que só se atreveram a aparecer nas ruas acompanhados pelas tropas traidoras do exército português. Surgiram, assim, em Lourenço Marques, bandos de pretos drogados e embriagados, munidos de armas de catanas e de latas de gasolina, que matavam e incendiavam, de maneira bárbara e indiscriminada. As tropas portuguesas assistiam impassíveis a estes crimes, afirmando os oficiais que as comandavam que tinham ordens rigorosas para não interferir, pois se tratava de “ajustes de contas entre moçambicanos”. Os dirigentes da Frelimo afirmaram que não lhes assistia a mais pequena responsabilidade nestes trágicos acontecimentos. Perante tão firme declaração só fica uma hipótese e, diga-se desde já, a mais plausível: a matança terá sido organizada pelas autoridades portuguesas locais. O alto-comissário, o pseudo-almirante Vítor Crespo, teria dado o seu aval ao plano de um grupo de oficiais esquerdistas do MFA, destinado a quebrar o moral dos seus compatriotas que segundo se afirmara, preparavam um ataque às Forças Armadas. Milhares de homens, mulheres e crianças, brancas e pretas, foram esquartejados nas ruas de Lourenço Marques. Viram-se corpos humanos pendurados nos talhos da cidade e a avenida que conduz ao aeroporto, na extensão de alguns quilómetros, foi ornamentada com cabeças humanas espetadas em paus. Era tal o número de mutilados que chegava ao hospital Miguel Bombarda, que os depositavam nos corredores e nos pavimentos das salas, a esvaírem-se, enquanto os médicos com as batas cheias de sangue e os olhos cheios de lágrimas, procuravam minorar os seus sofrimentos. Ante tão pavorosa hecatombe, o pessoal médico do hospital exigiu, sob pena de se refugiar nas representações diplomáticas acreditadas em Moçambique, que o chefe do governo provisório, Joaquim Chissano, comparecesse no hospital para se dar conta da extensão do crime e de tamanho horror. Perante o calvário que se lhe deparou, Chissano saiu a soluçar, salpicado pelo sangue dos que eram também suas vítimas.
A imprensa de Lisboa e a imprensa internacional limitaram-se a transmitir os comunicados oficiais, dando a entender que se tratara de um “pequeno incidente”, perfeitamente compreensível num quadro de passagem do “colonialismo à liberdade”. O número de mortos que, de forma comedida, lamentavam, afirmava-se ser de cerca de 80, a que juntavam alguns feridos, para dar, uma certa credibilidade à informação. Escondeu-se, assim, à opinião pública nacional e internacional que tinham sido barbaramente assassinadas mais de 2.500 pessoas, só em Lourenço Marques, ante a indiferença criminosa das Forças Armadas. Onde se terão escondido os bons sentimentos das comissões humanitárias, os zelos desinteressados dos correspondentes estrangeiros em Lourenço Marques, a piedade e o sentido de justiça dos padres Hastings, tão “espontaneamente” mobilizados à mais pequena calúnia, para agora se calarem ante a verdade?
Na Guiné, o alferes miliciano e membro do PC, Barros de Moura, juntamente com elementos do Movimento das Forças Armadas – entre eles o capitão Barroso, cunhado de Mário Soares – tomam à sua conta o palácio do governo, onde o governador, o então major Fabião, e agora general e chefe do Estado Maior do Exército, aceita todas as condições e dá o seu aval a todas as indignidades e crimes que precedem a assinatura do acordo de independência do território. As milícias locais, constituídas por guinéus, são desarmadas e começam os fuzilamentos, para abater o moral da população, fortemente contrária ao PAIGC. Instalou-se, então, depois desta acção preparatória, o novo governo, que escolheu para sua sede a povoação de Medina do Boé, por considerar que Bissau não lhe oferecia ainda as condições de segurança mínimas. Estas condições vão ser criadas pelas tropas do PAIGC, apoiadas pelas forças militares portuguesas, através da eliminação de todos os elementos da população guineense que não deixariam de se opor à instalação do colonialismo cabo-verdiano. Na ilha das Galinhas, são então concentrados alguns milhares de guinéus, entre eles cerca de 500 chefes tribais, que vão sendo eliminados às centenas por dia. Numerosos elementos das milícias e da população nativa, aterrorizados com os acontecimentos, começam a fugir para o Senegal, onde se encontram neste momento algumas dezenas de milhar. O major Fabião, um pusilânime e abjecto traidor, logo que a limpeza está feita e não podendo aguentar mais a indisciplina das suas próprias forças, dá ordem de retirada, não sem a coroar com um acto digno da sua vilania: o de permitir à soldadesca o saque dos armazéns das Forças Armadas. E esta tropa acanalhada à sua chegada a Lisboa, em barco, lança pela borda fora fardas, bandeiras e guiões. Assim acabou a Guiné, sabe Deus até quando, para os portugueses e para os seus irmãos guinéus, traídos por este bando de malfeitores, a soldo de cabo-verdianos, servidores de Moscovo.
Em Angola, a tragédia repete-se. A nomeação do general Silvino Silvério Marques para governador-geral é sabotada em Lisboa pelo general Costa Gomes, mancomunado com os oficiais esquerdistas da Comissão Coordenadora. Estes, de Lisboa, de acordo com os terroristas do M.P.L.A., preparam amotinações de grande amplitude, destinadas a pôr em cheque o recém-chegado governador. A realização, em Luanda, do Campeonato Mundial de Hóquei em Patins é escolhida como o momento ideal para desencadear os tumultos. Conhecedor do plano, Silvério Marques transfere o campeonato para Lisboa. Apanhados de surpresa, os organizadores da montagem vêm-se obrigados a improvisar. Não conseguem, porém, mais do que desencadear um pequeno incidente num cabaret da cidade. Chamado a Lisboa para dar explicações sobre esta pequena desordem, o general Silvino Silvério Marques, apesar da evidência da manobra e da insignificância do incidente, viu-se obrigado a pedir a demissão.
Substituiu-o, logo de seguida, já com o título de alto-comissário, o pseudo-almirante Rosa Coutinho, que inicia o desmantelamento de Angola. Minuciosamente industriado pelo PC, o hílare marinheiro instala-se, a princípio, no Palácio do Governo, mas sentindo-se inseguro ante a hostilidade declarada da população, passa pouco depois a viver num barco de guerra, ancorado na baía de Luanda, donde dirige, com a maior impunidade toda a série de crimes que culmina com a fixação dos Movimentos guerrilheiros na martirizada terra de Angola. Delapidações, conflitos sangrentos que causam centenas de mortos, o êxodo das populações em pânico, passam a ser o pão-nosso de cada dia. O pequeno incidente, avolumado em grande acontecimento, que serviu de pretexto para afastar o general Silvino Silvério Marques, esbate-se agora, totalmente, ao lado das tremendas convulsões causadoras de centenas de víti mas diárias, que são reduzidas por Lisboa a pequenas e inevitáveis ocorrências no caminho da libertação do povo angolano. O “valente” marinheiro limitou-se, afinal, a executar as ordens recebidas do PC com a frieza e o escrúpulo dos profissionais do crime. Quando se realiza a conferência da Penina, o êxito do acordo já está assegurado com a anulação da única força capaz de se lhe opor – a população portuguesa, branca, mestiça e negra, destroçada pela dor e pelo medo. Antes da transferência do poder legal, procedeu-se assim à transferência do poder moral, que o legitimava, para o poder imoral que institucionaliza os interesses internacionais na ilegalidade do crime sistemático. A média de 200 mortos diários é para estas “anti-consciências” um pequeno tributo devido à grandeza da sua traição.
- Fernando Pacheco de Amorim, “Portugal Traído”, Madrid, 1975, pp. 104-112.
MEU DEUS ! EU TAMBÉM ESTAVA LÁ ! VIMOS E SOFREMOS NA CARNE TODA ESSA DESGRAÇA ! QUE DEUS TENHA EM SUA SANTA GUARDA AS ALMAS DOS QUE FORAM MORTOS ! PAZ ÀS SUAS ALMAS !
ASCO, NOJO e EXECRAÇÃO para todos esses FACÍNORAS que ainda são mantidos pelo ERÁRIO PÚBLICO ! VILANAGEM ! VILANAGEM !
Nenhum comentário:
Postar um comentário