L'AQUILA, Itália (AFP) - Os dirigentes do G8 advertiram nesta quarta-feira que a situação econômica no mundo ainda é incerta com suas consequências sociais, mas anunciaram um compromisso ambicioso em favor do clima, até agora rejeitado pelos países emergentes e a Rússia.
As nações mais ricas do planeta, reunidas em L'Aquila, centro da Itália, decidiram nesta quarta-feira dividir pela metade suas emissões de gases de efeito estufa até 2050 em relação ao ano de 1990, "ou a anos mais recentes", e diminuir em "80% ou mais" as emissões das nações industrializadas, para limitar o aquecimento global em 2°C, segundo um rascunho da declaração final da reunião de cúpula realizada em l'Aquila.
Estes compromissos em cifras, voltados para conter o aquecimento do planeta, corrigem, no entanto, o revés infligido pelo Fórum das Maiores Economias (MEF, em inglês) que associa o G8 e as economias emergentes: o MEF desistiu, na véspera de sua cúpula de quinta-feira, a qualquer anúncio de data, assim como a quantificar a redução das emissões mundiais.
Em declaração comum da qual a AFP obteve uma cópia, os grandes do planeta afirmam reconhecer "as advertências feitas por cientistas segundo as quais o aumento da temperatura média global acima do nível pré-industrial não deva ultrapassar 2°C".
"Este desafio mundial não pode ser enfrentado senão por uma ação internacional. Daí o porquê de reiterarmos nossa vontade de partilhar com todos os países o objetivo de uma redução de pelo menos 50% das emissões até 2050 (...). Sustentamos igualmente o objetivo de uma redução acumulada das emissões desses gases nos países industrializados de 80% ou mais até 2050 em relação ao ano de 1990 ou aos anos mais recentes".
Esta última frase deixa a porta aberta aos Estados Unidos que se comprometeram com reduções de mais de 80% de suas emissões até 2050, mas em comparação com 2005.
O texto estipula logo depois que "os níveis de referência podem variar" sendo necessário "que os esforços empreendidos sejam comparáveis".
É a primeira vez que o G8, que conta, agora, com a participação do presidente americano Barack Obama, se entende para reconhecer o umbral máximo de 2°C no aquecimento, já aprovado por mais de uma centena de países, entre eles a União Europeia.
É também a primeira vez que este grupo - que representa 13% da população e 40% das emissões mundiais - adota um objetivo para apenas as nações industrializadas, consideradas "poluidoras históricas" da atmosfera.
O compromisso foi possível pela mudança de atitude dos Estados Unidos sobre o assunto desde a chegada ao poder do presidente Barack Obama.
No entanto, a decisão do Grupo dos oito países mais industrializados do mundo de reduzir suas emissões de gases poluentes em 80% até 2050 foi considerado inaceitável para a Rússia, anunciou um assessor econômico do presidente Dmitry Medvedev nesta quarta-feira.
A Rússia faz parte do G8, ao lado dos Estados Unidos, Japão, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha e Itália.
O problema maior está do lado dos países emergentes, que devem encontrar os do G8 nesta quinta-feira em L'Aquila. Mas a saída precipitada na terça-feira do presidente chinês Hu Jintao devido a tumultos na região de Xinjiang deixa pouco espaço para novas ambições. A China passou em 2008 para a primeira fila dos poluidores.
No front econômico, o G8 anunciou que "a situação ainda é incerta e que riscos importantes continuam a pesar sobre a estabilidade econômica e financeira". Segundo o muito esperado diagnóstico do G8 sobre a crise financeira, seus "efeitos nos mercados de trabalho podem afetar a estabilidade social", de acordo com a declaração comum publicada no primeiro dia da reunião de cúpula.
As principais potências se comprometem, também, a refletir sobre "estratégias de saída" de suas políticas de retomada mas sem fechar a porta a novas ajudas pontuais orçamentárias.
Em relação à questão do petróleo, os dirigentes pediram aos países produtores e consumidores a "melhorar a transparência e reforçar seu diálogo" a fim de atenuar a volatilidade dos preços.
No plano diplomático, o Irã deverá escapar de uma condenação, apesar da represssão que se seguiu à reeleição questionada do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, com a Rússia se opondo a qualquer intromissão nos assuntos internos de Teerã.
Franco Frattini, o chefe de diplomacia da Itália, país que preside o G8, admitiu que não estavam reunidas as "condições" para uma condenação do Irã.
A Coreia do Norte, que realizou um teste nuclear em maio e lançou novos mísseis será, em troca, "firmemente condenada", segundo Frattini.
A cúpula do G8, inicialmente prevista para a Sardenha, foi organizada em L'Aquila, no centro da Itália, em sinal de solidariedade para com as vítimas de um terremoto em abril passado que fez 299 mortos.
Estes compromissos em cifras, voltados para conter o aquecimento do planeta, corrigem, no entanto, o revés infligido pelo Fórum das Maiores Economias (MEF, em inglês) que associa o G8 e as economias emergentes: o MEF desistiu, na véspera de sua cúpula de quinta-feira, a qualquer anúncio de data, assim como a quantificar a redução das emissões mundiais.
Em declaração comum da qual a AFP obteve uma cópia, os grandes do planeta afirmam reconhecer "as advertências feitas por cientistas segundo as quais o aumento da temperatura média global acima do nível pré-industrial não deva ultrapassar 2°C".
"Este desafio mundial não pode ser enfrentado senão por uma ação internacional. Daí o porquê de reiterarmos nossa vontade de partilhar com todos os países o objetivo de uma redução de pelo menos 50% das emissões até 2050 (...). Sustentamos igualmente o objetivo de uma redução acumulada das emissões desses gases nos países industrializados de 80% ou mais até 2050 em relação ao ano de 1990 ou aos anos mais recentes".
Esta última frase deixa a porta aberta aos Estados Unidos que se comprometeram com reduções de mais de 80% de suas emissões até 2050, mas em comparação com 2005.
O texto estipula logo depois que "os níveis de referência podem variar" sendo necessário "que os esforços empreendidos sejam comparáveis".
É a primeira vez que o G8, que conta, agora, com a participação do presidente americano Barack Obama, se entende para reconhecer o umbral máximo de 2°C no aquecimento, já aprovado por mais de uma centena de países, entre eles a União Europeia.
É também a primeira vez que este grupo - que representa 13% da população e 40% das emissões mundiais - adota um objetivo para apenas as nações industrializadas, consideradas "poluidoras históricas" da atmosfera.
O compromisso foi possível pela mudança de atitude dos Estados Unidos sobre o assunto desde a chegada ao poder do presidente Barack Obama.
No entanto, a decisão do Grupo dos oito países mais industrializados do mundo de reduzir suas emissões de gases poluentes em 80% até 2050 foi considerado inaceitável para a Rússia, anunciou um assessor econômico do presidente Dmitry Medvedev nesta quarta-feira.
A Rússia faz parte do G8, ao lado dos Estados Unidos, Japão, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha e Itália.
O problema maior está do lado dos países emergentes, que devem encontrar os do G8 nesta quinta-feira em L'Aquila. Mas a saída precipitada na terça-feira do presidente chinês Hu Jintao devido a tumultos na região de Xinjiang deixa pouco espaço para novas ambições. A China passou em 2008 para a primeira fila dos poluidores.
No front econômico, o G8 anunciou que "a situação ainda é incerta e que riscos importantes continuam a pesar sobre a estabilidade econômica e financeira". Segundo o muito esperado diagnóstico do G8 sobre a crise financeira, seus "efeitos nos mercados de trabalho podem afetar a estabilidade social", de acordo com a declaração comum publicada no primeiro dia da reunião de cúpula.
As principais potências se comprometem, também, a refletir sobre "estratégias de saída" de suas políticas de retomada mas sem fechar a porta a novas ajudas pontuais orçamentárias.
Em relação à questão do petróleo, os dirigentes pediram aos países produtores e consumidores a "melhorar a transparência e reforçar seu diálogo" a fim de atenuar a volatilidade dos preços.
No plano diplomático, o Irã deverá escapar de uma condenação, apesar da represssão que se seguiu à reeleição questionada do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, com a Rússia se opondo a qualquer intromissão nos assuntos internos de Teerã.
Franco Frattini, o chefe de diplomacia da Itália, país que preside o G8, admitiu que não estavam reunidas as "condições" para uma condenação do Irã.
A Coreia do Norte, que realizou um teste nuclear em maio e lançou novos mísseis será, em troca, "firmemente condenada", segundo Frattini.
A cúpula do G8, inicialmente prevista para a Sardenha, foi organizada em L'Aquila, no centro da Itália, em sinal de solidariedade para com as vítimas de um terremoto em abril passado que fez 299 mortos.
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