MONTEVIDÉU - O presidente da Bolívia, Evo Morales, reiterou na segunda-feira acusações contra os Estados Unidos pelo golpe de Estado em Honduras e disse ter informações sobre a participação da potência na derrubada do mandatário Manuel Zelaya.
"Tenho informação de primeira que o império, mediante o Comando Sul dos Estados Unidos, faz um golpe de Estado em Honduras", disse Morales a jornalistas em Montevidéu, sem dar mais detalhes. Há alguns dias, ele tinha dito que narcotraficantes estavam vinculados à manobra. Depois de uma reunião, o mandatário boliviano e o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, emitiram um documento conjunto em que apoiaram Zelaya e disseram não reconhecer nenhuma outra autoridade em Honduras."É uma agressão, uma provocação do império. Com Tabaré Vázquez expressamos nossa solidariedade e apoio ao presidente Zelaya. Os dois países não vamos reconhecer nenhum outro presidente", disse Morales.Na segunda-feira, o mandatário deposto disse que a mediação para resolver a crise em Honduras fracassará se o governo interino de Roberto Micheletti não aceitar restituí-lo no cargo após um encontro previsto para o fim de semana.O governo de Micheletti mostra-se inflexível ante à possibilidade de que Zelaya regresse ao poder em seu país, deixando pouca margem de manobra ao presidente da Costa Rica, Oscar Arias, mediador das conversações.Zelaya conta com o respaldo dos governos da região, entre eles o do venezuelano Hugo Chávez, que pediu aos Estados Unidos que tome ações para mostrar seu compromisso com a restituição do presidente deposto.O hondurenho foi expulso de seu país no mesmo dia previsto para a convocação de uma consulta popular que abriria caminho para sua reeleição.
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