Steve Ballmer é o presidente-executivo da Microsoft há oito anos, mas agora ele vai enfim se transferir para o escritório que Bill Gates, o colega de faculdade que o contratou para a empresa quase três décadas atrás, deixou vago.
A pressão do comando da maior produtora de software do mundo só vai aumentar, depois da tentativa frustrada de adquirir o Yahoo, uma empreitada que terminou conduzindo o pioneiro da Web aos braços do maior rival da Microsoft, o Google .
"A pressão certamente é intensa", disse Alan Davis, analista no grupo de investimento D.A. Davidson.
Pela primeira vez em sua carreira, Ballmer, 52, cujos modos públicos histriônicos muitas vezes serviram para ocultar um intelecto aguçado e uma forte capacidade matemática, deverá responder sozinho pelo futuro da Microsoft, sem Gates, que deixou a empresa que ele co-fundou na sexta-feira, e vai concentrar suas atenções na filantropia.
A parceria entre os dois surgiu na Universidade de Harvard, onde estabeleceram uma amizade improvável: Gates, o filho do meio de uma importante família de Seattle, e Ballmer, o menino de Detroit cujas pais não tinham diploma universitário.
Os dois moravam em um alojamento "repleto de cultores da matemática nada sociáveis", de acordo com Gates.
Ballmer, um estudante expansivo e envolvido em muitos clubes sociais no campus, parecia o perfeito oposto do distante Gates, que preferia virar a noite programando computadores ou jogando pôquer.
Mas os dois compartilhavam do amor pela matemática e de uma reputação de atividade constante. Até hoje, continuam a disputar jogos de números, e classificam a atividade como "acampamento de matemática."
Depois de se formar, Ballmer começou a trabalhar para a Procter & Gamble, onde dividia uma sala com o atual presidente-executivo da General Electric, Jeffrey Immelt, segundo o qual os dois detestavam o chefe e passavam o dia jogando basquete usando uma lata de lixo como cesta.
Gates terminou por convencer o amigo a deixar o curso de administração de empresas da Stanford University ao final do primeiro ano e se tornar o primeiro gerente de negócios da Microsoft.
Gates persuadiu Ballmer a ficar na companhia durante um jantar, onde explicou a ele a ambiciosa visão da Microsoft: instalar um computador em cada mesa de cada casa e escritório do país.
Reuters
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