MARTINHO JÚNIOR.
Todos os relatórios anuais publicados pelas mais diversas Instituições das Nações Unidas, apontam África como o continente onde existem as maiores carências humanas e por isso África apresenta-se na cauda dos índices de desenvolvimento.
Um dos últimos relatórios da UNICEF, o estudo sobre a “Situação dos meninos e meninas em África 2008”, divulgado durante a IVª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (“TICAD IV”) que agora terminou, indica que se em todo o mundo morrem por ano mais de 10 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade, metade delas falecem em África e muito particularmente na África Sub Sahariana, sabendo-se que África responde apenas com 22% do total dos nascimentos anuais registados em todo o Globo.Os países da África do Norte (Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egipto), deram um grande passo no sentido da diminuição da mortalidade infantil, pelo que a crise agora atinge fundamentalmente a África Sub Sahariana.Os óbitos infantis em África têm vindo a aumentar desde a década de 70, morrendo uma grande parte das crianças em função de enfermidades que podem ser evitadas, ou curadas e ainda não foi feito o suficiente para se pôr tempo a essa terrível tendência.A SIDA, de 1990 a 2006, foi responsável por cerca de 14% dos falecimentos, registando-se ultimamente uma leve melhoria da situação.De 1990 a 2006 contudo, na África Sub Sahariana, houve um incremento de 17% de mortes infantis de crianças que não atingiram os 5 anos.Cerca de 18% dos óbitos de crianças, devem-se ao paludismo e ao grupo de enfermidades como as diarreias e as pneumonias, derivadas das más condições de saneamento e da água, más condições essas que se registam sobretudo nas comunidades pobres onde a desnutrição atinge níveis elevados e onde não existem estruturas fito-sanitárias garantes de saúde básica que inclui o ambiente habitacional e próximo dele; as diarreias e as pneumonias são responsáveis por mais de 40% das mortes.A estimativa nada animadora até 2015, ano-meta para os objectivos do milénio, é de que 1 em cada 6 menores na África Sub Sahariana, morra antes de cumprir 5 anos de idade.O relatório analisa os êxitos e os fracassos dos governos africanos em matéria de saúde infantil e foi lançado com pleno sentido de oportunidade: de facto, conferências do género da “TICAD IV” são marcadas por expectativas optimistas, geradas quase sempre por elites que se distanciam das situações sociais, viradas que estão para parâmetros que se inserem nas políticas neo liberais em curso à escala global e procurando fundos para programas que animem seus governos.A UNICEF produziu assim um ponto de situação inquestionável sobre a triste realidade do Continente, por alturas de mais 1 de Junho, recomendando prioritariamente pacotes urgentes de medidas que incluem a vacinação da população, o atendimento às mulheres grávidas antes e depois do parto, o fomento do aleitamento infantil até pelo menos aos 6 meses de vida do bébé, a construção de mais hospitais, a alteração para melhor da gestão dos abastecimentos de água e a introdução de melhorias no saneamento básico dos aglomerados populacionais.Os “media” pouco ou nada divulgaram sobre a situação da morte infantil em África, preocupando-se quase sempre em divulgar os discursos, a cerimónias, os programas das visitas, os encontros bilaterais, ou multilaterais, seguindo uma trilha que acompanha o ponto de vista oficial e oficioso da Conferência, ou seja uma trilha em que o elitismo das posições se torna uma evidência, numa altura em que a própria UNICEF reconhece que a maioria das nações africanas não possui meios para implementar as mais distintas iniciativas que conduzam a uma redução drástica dos óbitos infantis, do útero das mães até à adolescência.
Todos os relatórios anuais publicados pelas mais diversas Instituições das Nações Unidas, apontam África como o continente onde existem as maiores carências humanas e por isso África apresenta-se na cauda dos índices de desenvolvimento.
Um dos últimos relatórios da UNICEF, o estudo sobre a “Situação dos meninos e meninas em África 2008”, divulgado durante a IVª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (“TICAD IV”) que agora terminou, indica que se em todo o mundo morrem por ano mais de 10 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade, metade delas falecem em África e muito particularmente na África Sub Sahariana, sabendo-se que África responde apenas com 22% do total dos nascimentos anuais registados em todo o Globo.Os países da África do Norte (Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egipto), deram um grande passo no sentido da diminuição da mortalidade infantil, pelo que a crise agora atinge fundamentalmente a África Sub Sahariana.Os óbitos infantis em África têm vindo a aumentar desde a década de 70, morrendo uma grande parte das crianças em função de enfermidades que podem ser evitadas, ou curadas e ainda não foi feito o suficiente para se pôr tempo a essa terrível tendência.A SIDA, de 1990 a 2006, foi responsável por cerca de 14% dos falecimentos, registando-se ultimamente uma leve melhoria da situação.De 1990 a 2006 contudo, na África Sub Sahariana, houve um incremento de 17% de mortes infantis de crianças que não atingiram os 5 anos.Cerca de 18% dos óbitos de crianças, devem-se ao paludismo e ao grupo de enfermidades como as diarreias e as pneumonias, derivadas das más condições de saneamento e da água, más condições essas que se registam sobretudo nas comunidades pobres onde a desnutrição atinge níveis elevados e onde não existem estruturas fito-sanitárias garantes de saúde básica que inclui o ambiente habitacional e próximo dele; as diarreias e as pneumonias são responsáveis por mais de 40% das mortes.A estimativa nada animadora até 2015, ano-meta para os objectivos do milénio, é de que 1 em cada 6 menores na África Sub Sahariana, morra antes de cumprir 5 anos de idade.O relatório analisa os êxitos e os fracassos dos governos africanos em matéria de saúde infantil e foi lançado com pleno sentido de oportunidade: de facto, conferências do género da “TICAD IV” são marcadas por expectativas optimistas, geradas quase sempre por elites que se distanciam das situações sociais, viradas que estão para parâmetros que se inserem nas políticas neo liberais em curso à escala global e procurando fundos para programas que animem seus governos.A UNICEF produziu assim um ponto de situação inquestionável sobre a triste realidade do Continente, por alturas de mais 1 de Junho, recomendando prioritariamente pacotes urgentes de medidas que incluem a vacinação da população, o atendimento às mulheres grávidas antes e depois do parto, o fomento do aleitamento infantil até pelo menos aos 6 meses de vida do bébé, a construção de mais hospitais, a alteração para melhor da gestão dos abastecimentos de água e a introdução de melhorias no saneamento básico dos aglomerados populacionais.Os “media” pouco ou nada divulgaram sobre a situação da morte infantil em África, preocupando-se quase sempre em divulgar os discursos, a cerimónias, os programas das visitas, os encontros bilaterais, ou multilaterais, seguindo uma trilha que acompanha o ponto de vista oficial e oficioso da Conferência, ou seja uma trilha em que o elitismo das posições se torna uma evidência, numa altura em que a própria UNICEF reconhece que a maioria das nações africanas não possui meios para implementar as mais distintas iniciativas que conduzam a uma redução drástica dos óbitos infantis, do útero das mães até à adolescência.
A delegação angolana, que teve reportagens da ANGOP, é um exemplo do que acima afirmo.Se em Angola, de acordo com a lógica capitalista, há optimismo em relação à sua economia e à evolução do país, verifica-se que ainda não está ultrapassada a situação terrível que espera cada nascituro, pois o país ainda está indexado como um dos que possui maiores índices de mortalidade infantil e se mantém no último pelotão dos Índices de Desenvolvimento Humano, apesar dos potenciais que existem e das expectativas duma paz que é muito mais uma ausência de tiros, que sinónimo de justiça social.Ainda se irão realizar muitas Conferências sobre o Desenvolvimento de África, sem que haja alteração substancial da situação na África Sub Sahariana em relação à criança – a África continuará a ser, nas próximas décadas, o Continente da morte infantil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário