Desde que nasceu como cidade, em meados do século XIX, Xangai sempre correu numa tendência contrária à de Pequim, sede dos Jogos Olímpicos de 2008. Enquanto a capital da China centraliza as decisões políticas, a cidade cresce como referência econômica e aparece liderando a abertura vivida no país nas últimas duas décadas.
E como não poderia deixar de fazer parte da festa olímpica na China, a cidade ganhou o privilégio de receber nove jogos do torneio de futebol, incluindo a decisão da medalha de bronze no masculino. O Estádio de Xangai, construído entre 1994 e 1997, é o segundo maior do país e em 2007 foi palco da cerimônia de abertura dos chamados Jogos Olímpicos Especiais, para um público de 80.000 pessoas.
As autoridades locais estão acostumadas a receber eventos de grande porte e confirmarão esta tendência em 2010, quando a cidade entrará para a história como primeira sede da Exposição Universal num país em desenvolvimento. O evento está remodelando a cidade, com novas redes de transporte e bairros inteiros sendo reformados.
Além dos Jogos Olímpicos Especiais - que contaram com a presença do presidente da China, Hu Jintao -, Xangai viu a Alemanha vencer o Brasil de Marta por 2 a 0 na final da Copa do Mundo de futebol feminino de 2007, mas no estádio Hongkou.
Coincidentemente, a cidade é berço dos dois ídolos do esporte chinês no momento: o pivô Yao Ming, do Houston Rockets, e o velocista Liu Xiang, atual campeão olímpico dos 110 metros com barreiras. Nos últimos anos, Xangai também foi palco de muitos eventos importantes, como a Masters Cup de tênis, que reúne os melhores do ano no circuito, e Grandes Prêmios de Fórmula 1 e motovelocidade.
"Quando construímos o estádio, Pequim ainda não tinha decidido ser candidata aos Jogos e Xangai também estava considerando a possibilidade", afirmou Shu Zhaoling, subdiretor de marketing do escritório de Xangai do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim (Bocog, em inglês).
A cidade era apenas um povoado de pescadores até que os chamados Tratados Desiguais, após as Guerras do Ópio de meados do século XIX, a tornaram uma concessão colonial britânica, francesa e americana - de 1846 até 1949.
Xangai não demorou a se tornar um dos principais portos comerciais do mundo - hoje em dia o primeiro do mundo em volume de carga. Em 1931, uma publicação britânica arriscou dizer que a cidade poderia ser a mais rica e próspera do mundo no fim do último século.
A cidade também foi palco de importantes acontecimentos na história da China. Em 1921, durante a época da concessão francesa, viu nascer o Partido Comunista Chinês (PCCh), de forma clandestina; seis anos depois, a legenda passou a ser perseguida pelo Governo nacionalista de Chiang Kai-shek; em 1937, o Japão invadiu e bombardeou a cidade, e em 1949 o local foi usado como rota de fuga para os que fugiam a Taiwan por conta da vitória da revolução comunista.
Em 1965, Mao Tsé-tung comandou de lá a campanha para recuperar sua influência no PCCh após o fracasso do Grande Salto Adiante (que causou crises de fome e deixou cerca de 30 milhões de mortos entre 1958 e 1963). O resultado foi a Revolução Cultural (1966-1976).
Em 1990, a cidade abriu ao capitalismo seu imenso distrito rural de Pudong, cruzando-se o rio Huangpu a partir do Bund (avenida à beira do rio), e o tornou Zona Econômica Especial. Em apenas 18 anos, o que era uma área praticamente vazia deu lugar ao distrito financeiro de Lujiazui, com cerca de 300 arranha-céus de última geração, e grandes parques industriais e de alta tecnologia.
A atração obrigatória para qualquer um que visita Xangai é o Bund, uma mescla de bairro e calçadão. Outrora centro nervoso da cidade, o local reúne hotéis, escritórios e clubes que foram símbolos locais no passado, e que continuam de pé. Uma das construções é o Hong Kong & Shangai Bank, construído em 1921 e que já foi o prédio mais bonito da Ásia.
O local também tem muitas outras atrações: os ambientes tradicionais do Jardim Yu, cercado de lojas, e o Museu de Xangai, que possui a maior coleção de arte chinesa de todo o país e cujo design lembra um pote de bronze ding da dinastia Shang. Além disso, é possível conhecer a casa onde foi realizado o primeiro Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCCh), na parte da cidade conhecida como Concessão Francesa.
COMO CHEGAR
É simples chegar a Xangai, que conta com um dos aeroportos internacionais do país. Embora não existam vôos diretos entre a cidade e a América do Sul, é possível viajar através de escalas nos aeroportos europeus ou dos Estados Unidos. O vôo entre Pequim e Xangai dura aproximadamente duas horas, enquanto fazer o trajeto de trem é de 12 e feito geralmente à noite - há alguns meses também foi disponibilizado um serviço com trens-bala, que levam a metade do tempo.
Ainda há linhas regulares de ônibus e fluviais, estas últimas saindo de alguma outra cidade do Mar da China Oriental ou do rio Yang Tsé.
jad/rm
EFE REPORTAGENS.
E como não poderia deixar de fazer parte da festa olímpica na China, a cidade ganhou o privilégio de receber nove jogos do torneio de futebol, incluindo a decisão da medalha de bronze no masculino. O Estádio de Xangai, construído entre 1994 e 1997, é o segundo maior do país e em 2007 foi palco da cerimônia de abertura dos chamados Jogos Olímpicos Especiais, para um público de 80.000 pessoas.
As autoridades locais estão acostumadas a receber eventos de grande porte e confirmarão esta tendência em 2010, quando a cidade entrará para a história como primeira sede da Exposição Universal num país em desenvolvimento. O evento está remodelando a cidade, com novas redes de transporte e bairros inteiros sendo reformados.
Além dos Jogos Olímpicos Especiais - que contaram com a presença do presidente da China, Hu Jintao -, Xangai viu a Alemanha vencer o Brasil de Marta por 2 a 0 na final da Copa do Mundo de futebol feminino de 2007, mas no estádio Hongkou.
Coincidentemente, a cidade é berço dos dois ídolos do esporte chinês no momento: o pivô Yao Ming, do Houston Rockets, e o velocista Liu Xiang, atual campeão olímpico dos 110 metros com barreiras. Nos últimos anos, Xangai também foi palco de muitos eventos importantes, como a Masters Cup de tênis, que reúne os melhores do ano no circuito, e Grandes Prêmios de Fórmula 1 e motovelocidade.
"Quando construímos o estádio, Pequim ainda não tinha decidido ser candidata aos Jogos e Xangai também estava considerando a possibilidade", afirmou Shu Zhaoling, subdiretor de marketing do escritório de Xangai do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim (Bocog, em inglês).
A cidade era apenas um povoado de pescadores até que os chamados Tratados Desiguais, após as Guerras do Ópio de meados do século XIX, a tornaram uma concessão colonial britânica, francesa e americana - de 1846 até 1949.
Xangai não demorou a se tornar um dos principais portos comerciais do mundo - hoje em dia o primeiro do mundo em volume de carga. Em 1931, uma publicação britânica arriscou dizer que a cidade poderia ser a mais rica e próspera do mundo no fim do último século.
A cidade também foi palco de importantes acontecimentos na história da China. Em 1921, durante a época da concessão francesa, viu nascer o Partido Comunista Chinês (PCCh), de forma clandestina; seis anos depois, a legenda passou a ser perseguida pelo Governo nacionalista de Chiang Kai-shek; em 1937, o Japão invadiu e bombardeou a cidade, e em 1949 o local foi usado como rota de fuga para os que fugiam a Taiwan por conta da vitória da revolução comunista.
Em 1965, Mao Tsé-tung comandou de lá a campanha para recuperar sua influência no PCCh após o fracasso do Grande Salto Adiante (que causou crises de fome e deixou cerca de 30 milhões de mortos entre 1958 e 1963). O resultado foi a Revolução Cultural (1966-1976).
Em 1990, a cidade abriu ao capitalismo seu imenso distrito rural de Pudong, cruzando-se o rio Huangpu a partir do Bund (avenida à beira do rio), e o tornou Zona Econômica Especial. Em apenas 18 anos, o que era uma área praticamente vazia deu lugar ao distrito financeiro de Lujiazui, com cerca de 300 arranha-céus de última geração, e grandes parques industriais e de alta tecnologia.
A atração obrigatória para qualquer um que visita Xangai é o Bund, uma mescla de bairro e calçadão. Outrora centro nervoso da cidade, o local reúne hotéis, escritórios e clubes que foram símbolos locais no passado, e que continuam de pé. Uma das construções é o Hong Kong & Shangai Bank, construído em 1921 e que já foi o prédio mais bonito da Ásia.
O local também tem muitas outras atrações: os ambientes tradicionais do Jardim Yu, cercado de lojas, e o Museu de Xangai, que possui a maior coleção de arte chinesa de todo o país e cujo design lembra um pote de bronze ding da dinastia Shang. Além disso, é possível conhecer a casa onde foi realizado o primeiro Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCCh), na parte da cidade conhecida como Concessão Francesa.
COMO CHEGAR
É simples chegar a Xangai, que conta com um dos aeroportos internacionais do país. Embora não existam vôos diretos entre a cidade e a América do Sul, é possível viajar através de escalas nos aeroportos europeus ou dos Estados Unidos. O vôo entre Pequim e Xangai dura aproximadamente duas horas, enquanto fazer o trajeto de trem é de 12 e feito geralmente à noite - há alguns meses também foi disponibilizado um serviço com trens-bala, que levam a metade do tempo.
Ainda há linhas regulares de ônibus e fluviais, estas últimas saindo de alguma outra cidade do Mar da China Oriental ou do rio Yang Tsé.
jad/rm
EFE REPORTAGENS.
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